quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Para Lisboa. De Lisboa


De olhos bem abertos, corpo descontraído, imiscuída na multidão. Uma frase solta: «Agarrem-se à taça». Um grito mudo: «AGARREM-SE À VIDA».

Um céu azul enegrecido por nuvens carregadas...
«SALVA-ME!». Do quê? «Da minha própria Vida!».

Atonement. Astonished I was. What if... A realidade se confundisse com a ficção. E, no fim, um amor repleto de certeza e intenção nada mais fosse do que simples quimera debotada em papel. Apenas pela força com que nos arrastamos em prol de um sentimento que julgamos maior: o Amor. A suspirar: Come back.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Da herança.


Participar. Quando estar presente não é suficiente. Um dia, a postura permissiva manifestada unicamente numa presença física transfigura-se. Remodela-se uma estrutura há anos erigida.
«Diga tudo o que pensar.» - disse o médico.
Aviso: perigo de subversão.









Aprendamo-nos...

Amemo-nos. Confiemos, respeitemo-nos, compreendamo-nos.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Perfil I



Amuo

Vejo que estás mais crescida
Já dobras a frustração
Bates com a porta ao mundo
Quando ele te dixz não
Envolves o teu espaço
Na tua membrana ausente
Recuas atrás um passo
Para depois dar dois em frente

Amuar faz bem
Amuar faz bem

Ficas descalça em casa
A fazer a tua cura
Salvo por um bom amuo
De fazer a má figura
Amanhã o mundo inteiro
Vai perguntar onde foste
E tu dizes apenas
Que saíste e viajaste

Amuar faz bem
Amuar faz bem

Nada como um bom amuo
Apenas um recuo
Quando nada sai bem

E depois voltar
Como se nada fosse
E reencontrar o lugar
Guardado por um bom amigo
Quando nada sai bem

Nada como um bom amuo
Apenas um recuo
Quando nada sai bem


Clã, Cintura

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Travelling without moving


«(...) classificar as plantas é contar a sua história, ou seja, a aventura da sua evolução. (...) [E] a flor é o órgão da planta que resiste melhor à evolução; permanece como era na origem, mesmo quando o resto da planta se adaptou a uma mudança progressiva do clima. (...) A sua flor é a única coisa que lhe resta do seu esplendor passado!»
A prodigiosa aventura das plantas

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Never Forget. Never Forgive.

[ ] What about make them all pies?

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Olho do dia

Talvez nos baste observar a imagem para perceber que, por vezes, as palavras tornam-se desnecessárias no quotidiano humano. No filme de Ang Lee, Lust Caution, a fórmula parece resultar plenamente nas cenas voluptuosas entre Mr Yee (Tony Leung) e Wong Chia Chi (Tang Wei). Ou deverei dizer Mrs Mak?
Em tempo de guerra, década de 40 do século XX, não somos fustigados com descrições entediantes da invasão japonesa sobre a China. Pelo contrário, somos reportados para um micro-universo feminino em constante mutação. Confrontamo-nos com uma jovem reservada, enamorada por Kuang. Assume um papel revolucionário como actriz e, a partir daí, envolve-se num plano de espionagem encarnando uma personagem, Mrs Mak, que nos leva a questionar sobre quem é realmente aquela figura feminina que se move elegantemente perante o nosso olhar. A sua personalidade é bem vincada, a sua identidade flutuante. Seduz Mr Yee, conquista a sua confiança numa tentativa de o atrair para a sua própria morte. É na joalharia que se consciencializa dos sentimentos daquele homem de temperamento aparentemente frio. Ela dedica-lhe uma música que o emociona, ele surpreende-a com um diamante único. Mas não é na materialidade dos gestos que nos prendemos. É na emoção que nos arrancam, na vontade de nos sentirmos constantemente apaixonados, no desejo de nos entregarmos CEGAMENTE a uma pessoa. Sufocada por um arrependimento despertado pela constatação da autenticidade de Mr Yee e engrandecido pela sua dissimulação? Apaixonada? Descubra-se o móbil da sua escolha: salvação de Mr Yee em troca da sua condenação e de todos aqueles que, desde o início, planeavam a conspiração.
Não consigo afastar da minha mente alguns dos planos seleccionados pelo realizador: o perfil de Wong ao fazer o telefonema para Kuang, os corpos desnudados de Wong e Mr Yee em completa harmonia durante as cenas sexuais, a intensidade transmitida pelos olhares de ambas as personagens captada por planos mais pausados. DELICIOSOS PORMENORES.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Na sombra da Noite

Inconscientemente deliciados em frente ao televisor, desconhecemos os milhões de passos que se dão para chegar ao resultado final. Um assistente de produção ou qualquer outra designação que o valha que, de cartucho de papel na mão, leva as suas cordas vocais ao limite apelando ao divertimento. Em correria constante, reage continuamente à pressão de uns auriculares que o comandam. Gesticula movimentos que nos coordenam: agora batam palmas, agora batam palmas e gritem. E agora (como se não bastasse tudo o resto), batam palmas gritem e ponham-se de pé! (risos) E que tal propor uma actuação a cada um... Deveria chamar-lhes espectadores, o público que assiste. No entanto, senti-me uma marioneta que forçosamente participa. Eu apenas queria saber como funciona todo o espectáculo por detrás do próprio espectáculo: cameramen que oprimem os seus ajudantes (aqueles que os impedem de se enrolarem nos seus próprios cabos e de se estatelarem no chão) outros mais assertivos; os tais ajudantes que se tentam adaptar chegando quase ao estatuto de sombra; e um momento que me fascinou por ter trazido a este caos coreografado a anarquia completa. Eis que, no final do "seu tempo", o Maestro António Victorino d' Almeida pede permissão para voltar ao piano e para ele se dirige em passo acelerado e de bengala em riste, não o conseguindo acompanhar o próprio José Carlos Malato nem qualquer dos elementos da equipa por detrás das câmaras. Uma sinfonia desarmoniosa para o olhar.
Sem dúvida, o resultado foi um conjunto de hilariantes momentos que ficarão reservados na memória, para quem isento de responsabilidade assiste tranquilo ao desenrolar de todos os passos já delineados em "ecran ponto" e numa listagem que todos carregam como se se tratasse de um manual de sobrevivência (para o mundo televisivo de sexta à noite; temerosa noite de lua cheia! Ihihih).
Não fossem as fanáticas moçoilas vindas dos sete cantos de Portugal para se deliciarem com a actuação de Michael Carreira ou simplesmente com a sua aparição, a figura bonacheirona e sempre simpática do Malato (permitam-me a proximidade), o humor trazido por Nuno Markl e a escolha de alguns dos convidados conferiam a esta experiência um saldo positivo que, mesmo sendo como foi, não o deixou de ser. Porque afinal deliciei-me com a postura do apresentador, com a simplicidade do humorista, com o carisma do Maestro, com as palavras de Pedro Abrunhosa (para meu próprio espanto; embora não me agrade enquanto cantor!) que apelaram à revitalização da cultura em Portugal, à salvaguarda do património nacional. APLAUSOS

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008


«Tanto dinheiro, tão pouca Felicidade!»

sábado, 2 de fevereiro de 2008

And now I walk INTO THE WILD


Apela à simplicidade, renuncia ao comodismo, aplaude a liberdade.
Encontra-se a Verdade nas relações interpessoais, a voracidade nos ideais e a necessidade de buscar a percepção de autonomia, em contacto directo com a Natureza.

There is pleasure in the pathless woods,
There is rapture in the lonely shore,
There is society where none intrudes,
By the deep sea and the music in its roar;
I love not man the less, but Nature more.

Lord Byron

Caminhar com a finalidade de perscrutar novos mundos, de trilhar novos percursos. Desafiar o próprio ser, colocando-se perante situações probatórias, para sentir-se pertença de si mesmo e parte integrante do universo. Mas sem nunca esquecer que «a Felicidade só é real quando partilhada».