sábado, 9 de janeiro de 2010

Encontros I

CHAVELA VARGAS


Costa Rica, 1919.
«(...) parecia ser mais velha que Chavela Vargas, a diva mexicana com quem na altura foi comparada.» Foi, de facto, Lhasa de Sela quem me trouxe até si. Cantou, conheceu Frida Kahlo e trabalhou com Pedro Almodovar. Tem presentemente noventa anos.


Para outros encontros num futuro próximo - a discografia.

Piensa en mí, 1991
Boleros, 1991
Sentimiento de México (vol. 1), 1995
De México y del mundo, 1995
Le canta a México, 1995
Volver, volver, 1996
Dos, 1996
Grandes Momentos, 1996
Macorina, 1996
Colección de Oro, 1999
Con la rondalla del amor de Saltillo, 2000
Para perder la cabeza, 2000
Las 15 grandes de Chavela Vargas, 2000
Grandes éxitos, 2002
Para toda la vida, 2002
Discografía básica, 2002
Antología, 2004
Somos, 2004
En Carnegie Hall, 2004
La Llorona, 2004
Cupaima, 2007

E a filmografia.

Babel , (2006), de Alejandro Gonzáles Iñárritu;
Frida, (2002) de Julie Taymor , interpretou a canção La Llorona;
Kika(1993), La flor de mi secreto(1995) e Carne Trêmula (1997) de Pedro Almodóvar;
Cerro Torre (1991), de Werner Herzog;
La Soldadera , (1967).

Da minha História à Música I

A Radar nublava o ambiente. Pouco ouvia do que soava.
Para relembrar Lhasa de Sela... MORREU?! - disse.

Tão pouco sabia sobre ela. Tão pouco sobre o que cantava.
E agora um pouco mais. Nada mais do que 37 anos de vida.

Arrepia-me a sua voz. As melodias que a acompanham embalam o meu corpo instintivamente.

Vasculhei a sua curta biografia e descubro o nome de Chavela Vargas (a quem foi comparada) e associado a este outros como os de Frida Kahlo, Pedro Almodovar. No mundo real, aquele que se encontra para além da minha mente, estas pessoas encontraram-se. E assim o fizeram algum dia na minha Vida. Têm história na minha História. Uma história repleta de beleza, de arte. Como isso me maravilha.

Decido compilar as letras de poucas músicas que melhor conheço e que me encantam sobretudo por serem cantadas no idioma espanhol e pelo seu tom inebriante.

Llorando
de cara a la pared
se apaga la ciudad

Llorando
Y no hay màs

muero quizas

Adonde estàs?


Soñando
de cara a la pared

se quema la ciudad
sin respirar

te quiero amar

te quiero amar

Rezando

de cara a la pared

se hunde la ciudad



Rezando

Santa Maria

Santa Maria

Santa Maria


Lhasa de Sela, De cara a la pared


He venido al desierto pa'reirme de tu amor
Que el desierto es mas tierno y la espina besa mejor
He venido a este centro de la nada pa'ritar
Que tu nunca mereciste lo que tanto quise dar
He venido yo corriendo, olvidandome de ti

Dame un beso pajarillo, note asustes colibri
He venido encendida al desierto pa quemar
porque el alma prende fuedo cuando deja de amor


Lhasa de Sela, El desierto




Con toda palabra
Con toda sonrisa
Con toda mirada
Con toda caricia




Me acerco al agua
Bebiendo tu beso
La luz de tu cara
La luz de tu cuerpo




Es ruego el quererte
Es canto de mudo
Mirada de ciego
Secreto desnudo




Me entrego a tus brazos
Con miedo y con calma
Y un ruego en la boca
Y un ruego en el alma




Con toda palabra
Con toda sonrisa
Con toda mirada
Con toda caricia




Me acerco al fuego
Que todo lo quema
La luz de tu cara
La luz de tu cuerpo




Es ruego el quererte
Es canto de mudo
Mirada de ciego
Secreto desnudo

Me entrego a tus brazos
Con miedo y con calma
Y un ruego en la boca
Y un ruego en el alma


Lhasa de Sela, Con toda a palabra

Que me ha encantado la luz de cara, la luz de tu voz.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Que ninguém durma!

Sem esperar, de uma forma despretensiosa, aprendi o significado da ópera de Puccini Turandot - Nessun Dorma que há muito me intrigava, pela sua beleza.


Liguei a televisão na RTP2, no fim da manhã, e comecei a ver desenhos animados. E sob esta forma, de bonecos animados de olhos rasgados que, pontualmente, encarnavam verdadeiros sopranos e/ou tenores, compreendi finalmente a história que consigo traz a ópera que conheci pela voz de Luciano Pavarotti.


Em Beijing, Turandot, princesa de gelo por fechar o seu coração ao Amor, vê-se obrigada a casar por imposição do seu pai. A princesa aceita, com uma condição: que o pretendente responda acertadamente a três enigmas ou que seja condenado à morte.
O décimo segundo príncipe, Calaf, toca o gongo como sinal do seu interesse pela princesa, mas omite a sua identidade e a sua origem. Perante as adivinhas, Calaf encontra as respostas atempadamente. No entanto, Turandot recusa o princípe e o casamento. Mas o seu pai insiste no seu cumprimento e agora é Calaf que impõe uma condição: se até ao amanhecer a princesa descobrir o seu nome, poderá ordenar a sua execução.
Durante a noite, Turandot tenta descobrir a identidade de Calaf recorrendo a Liu, a escrava que desde pequena acompanha Calaf, ocultando a sua paixão por ele. E o imperador desconfia que o príncipe eleito seja Calaf, o filho do rei Timur. É nesta azáfama que Calaf canta:





Nessun dorma!...
Nessun dorma!...
Tu pure, o Principessa,
nella tua fredda stanza
guardi le stelle che tremano
d'amore e di speranza!
Ma il mio mistero
è chiuso in me,
il nome mio nessun saprà!
No, no, sulla tua bocca lo dirò,
quando la luce splenderà!
Ed il mio bacio scoglierà
il silenzio che ti fa mia!
Coro donne:Il nome suo nessun saprà...E noi dovrem ahimè, morir, morir!
Il Principe:Dilegua, o notte! tramontate, stelle!
Tramontate, stelle! All'alba vincerò!Vincerò! Vincerò!


Liu crava um punhal no peito, derramando o seu sangue perante Turandot e revelando o seu amor por Calaf. E, mais uma vez, permanece incógnito o nome do princípe até à sua aparição.Ele próprio o revela. Turandot dirige-se a seu pai para lhe desvendar o verdadeiro nome do príncipe com quem casará: Amor.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Da memória. À tona

Amas-me?
(Silêncio)
Porque é que não respondeste?
Porque não sei a resposta.

domingo, 18 de maio de 2008

Sob a cor Azul


Ainda que eu falasse a língua dos anjos, se não tivesse amor seria como sino ruidoso.
Ainda que tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência.
Ainda que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse amor, nada seria.
O amor é paciente.
O amor é prestativo.
Tudo espera, tudo suporta.
O amor jamais perecerá.
As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência também desaparecerá.
Agora, portanto, permanecem a fé, a esperança e o amor.
A maior delas, porém é o amor.

Uma mulher que se redescobre. Como seria Julie antes da morte dos seus marido e filha? Apesar de tentar renunciar a tudo o que a prende a um passado feliz (aos nossos olhos) e que não mais existe, Julie parece encontrar-se com tudo o que não pretende, mas que intimamente aceita: uma mãe que sabiamente lhe diz que não se deve renunciar a tudo, o flautista que na sua rua repete uma melodia que lhe é querida e que absorve de olhos fechados e que, pouco sobrio, lhe vocifera algo como devemos ficar com alguma coisa. Um amor que foi paciente e por ela esperou. No ábum da memória, o azul do candeeiro como janela de luz que lhe permite tocar o passado. Um fio com uma cruz a simbolizar a ligação sentimental entre duas pessoas e perpetua-se no nascimento futuro de uma criança.

Um processo inconsciente que conduz uma pessoa aos escombros de uma vida, à escuridão do seu ser, para se embrenhar numa modorra luminosa que a impele para a reconstituição emocional. Quase como uma pequena transformação alquímica. Assim é AZUL.