segunda-feira, 21 de abril de 2008

Talvez... sinais.

ÀS VEZES, GOSTO DE PENSAR EM SINAIS. É confortável pensar que existe algum plano traçado para cada um de nós, pois pouca coisa teremos que fazer... Tudo virá, mais tarde ou mais cedo, ter connosco. Mas assusta-me pensar que não temos qualquer liberdade de escolha ou que a temos ficticiamente. Podemos decidir que, naquele tal dia, não queremos fazer tal coisa, mas mais tarde por muito que fujamos desse dia e dessa tal coisa, lá estarão eles a perseguir-nos num beco sem saída!
PREFIRO PENSAR QUE TEMOS QUE NOS APERFEIÇOAR. Seja isso o que for! Tentar ser melhor a cada dia que passa... Penso no yoga, por exemplo. Duas vezes por semana lá estou eu a braços com o peso da minha massa corporal. Em luta contra os meus limites de flexibilidade, equilíbrio e permanência. Há dias que nem sequer devia entrar naquela sala, pelo simples facto de que parece que não fui talhada para tais posturas. A verdade é que que me dá um gozo enorme aperceber-me do quão limitada sou e de quão perseverante posso ser se acreditar que um dia serei capaz de miraculosamente colocar a perninha por detrás da nuca, entre mil e uma outras posições!
E QUE NESSE PROCESSO DE APERFEIÇOAMENTO, existe um trilho que nós próprios delineamos, perto ou longe desse caminho que supostamente nos é previamente traçado. E há uma intuição, uma sensação íntima que nos faz franzir o sobrolho e torcer o nariz. Muitas vezes, teimo em negar-lhe a atenção devida. Penso: Hmmm... Deixa-te de coisas! Mas depois surgem sinais, ou situações em que queremos crer como uma chamada de atenção para determinado assunto. Presentemente, muito presentemente na minha Vida. Falo de um, dois dias; entre ontem e hoje. Um e-mail que relata o princípio do vazio. Sim, o vazio. Temos tendência ao materialismo. A materializar todas as coisas. Eu tenho. A fotografar momentos, pessoas. A cristalizá-las no tempo e guardá-las. Guardar livros e brinquedos de infância. Guardar, guardar, guardar. Guardar, muitas vezes, objectos que nunca voltaremos a utilizar e que apenas ocupam espaço. Assim é com as nossas memórias, boas e más. O lema é: esvazia a tua mente e o teu coração de tudo aquilo que é supérfluo na tua Vida, pois só assim é possível ganhar espaço, criar um vazio necessário às coisas novas que possam surgir na tua Vida. Foi assim que me senti ontem ao assistir ao vivo à actuação da Kumpania Algazarra. Ver-me livre de tudo o que me prendesse os movimentos... Resta livrar-me do medo de me expor e de ser julgada pelos outros. Viver a alegria e a liberdade em plenitude, como o faz Juno. Deliciei-me com o filme. Estava à espera de uma película um pouco aborrecida a abordar o assunto "gravidez de uma jovem de dezasseis anos". E descontraídamente regalei-me com um humor surpreendente de uma pessoa que encara os seus problemas com grande à-vontade, encontrando fácil resolução para todos eles. Sofre igualmente. Verte lágrimas, tal como eu em determinadas cenas. Mas apresenta-se como aquela que eu gostaria de ser, pela sua garra, pela sua forma de enfrentar as pessoas, pelo modo como se aceita. Como diria alguém, SEM PENDÊNCIAS!

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